FORMAÇÃO

A palavra, o som e a escola foram os elementos mais importantes pra a formação das minhas opiniões. Alimento, já há muito tempo, verdadeira paixão pela comunicação: Idiomas diferentes, Linguagem de Sinais, Música, Jornalismo, Publicidade, Televisão... Tudo isso sempre me encantou e eu fui correndo atrás do que dava pra aprender. Adoro cantar, aprendi um pouco de LIBRAS, desenrolo o inglês, tô TENTANDO aprender um pouco de italiano, escrevo um pouquinho toda noite, leio e ouço muita, mas muita música o dia inteiro! Escrevo desde os dez anos, canto desde os oito, fiz o LIBRAS com 14 anos, fiz curso de inglês entre 2002 e 2004... Mas sempre guardei meus talentos na gaveta, a não ser no período que passei cantando com o pessoal da AACD, mais ou menos até completar uns onze ou doze anos. De lá pra cá, tô parada e triste! Contar como tudo começou é gratificante, pra mim... Lembro bem de uma aula especial que tive na 5ª série com o Professor Dayvison Bandeira, de literatura e redação: Foi-nos solicitado que tentássemos escrever um poema dedicado a alguém. Lembro de ter escrito um umas quatro ou cinco estrofes com as rimas bem certinhas, mas bem simples, sobre a minha mãe... E, na hora da correção, veio a surpresa: Aquele homem com fama de exigente em demasia e com mania de superioridade, segundo boa parte dos alunos que recebiam aulas dele, normalmente, estava olhando pra mim com sorriso largo, dizendo que o que eu tinha feito era maravilhoso! Quase não acreditei... Dali em diante, eu me via estimulada a ler, a aprender tudo o que eu pudesse sobre as palavras e a maneira mais correta de organizá-las pra expressar o que eu sentia. Quando as palavras, por qualquer motivo, não me vinham bem à língüa, eu parava tudo, corria até o papel e desabafava. Aos poucos, vi que minha idéias foram ficando cada vez mais consistentes e sistematizadas, no caderno e na vida. Descobri que, lendo muito, como eu gostava de fazer, tornava meus escritos mais bonitos, ao menos aos meus olhos! Fui sentindo orgulho do que eu produzia... Ter orgulho do que eu produzia era estranho pra mim... Criar era prazeroso, mas me despertava uma certa confusão, quase sempre. Eu percebia que a minha personalidade e as coisas que eu sabia provocavam o espanto da pessoas. Minhas amigas falavam do professor bonitão enquanto eu abria um livro, era muito louco parar pra pensar!! Até os sete anos de idade, eu não tinha influências infantis como espelho, sempre convivi com pessoas bem mais velhas que eu. Além disso, sofri, desde muito cedo, com problemas que uma criança não tem estrutura psicológica pronta pra enfrentar. Sobre estes problemas, porém, prefiro não dar detalhes... Estamos tratando aqui de um DIVÃ COLORIDO, não de um divã enegrecido e tragicamente igual a todos os outros! A grande contribuição dos problemas é o aprendizado que eles deixam, a lição de vida... Isto está, com certeza, bem guardado em algum lugarzinho dentro de mim!