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domingo, 11 de dezembro de 2011

Aprendendo a RESENHAR

Abaixo, última atividade proposta pela Professora Vicentina Ramires (Estudos Linguísticos C). 


RESENHA/REVIEW

GASPARETTO, Z. M. 2001. Laços Eternos. São Paulo. Espaço Vida e Consciência.

Resenhado por/by: Luciene Maria Santana do AMARAL
(Universidade Federal Rural de Pernambuco)

         Embora exista sempre, em torno de textos espiritualistas, grande polêmica, a obra aqui comentada merece atenção especial pelo fato de a problemática exposta ainda ser bastante atual, apesar de sua primeira edição haver sido publicada mais de três décadas atrás (1976). Segundo a autora, o romance foi-lhe ditado pelo espírito Lucius, o mesmo de diversos outros títulos seus, anteriores e posteriores a este (O amor venceu, Quando chega a hora, entre outros).
         Laços Eternos, de quase trezentas páginas, se divide em trinta e dois capítulos, além do Prólogo, parte de fundamental importância para a compreensão do contexto que se apresenta em seguida. Mesmo sendo esta uma leitura extensa e que exige paciência e reflexão, é plenamente capaz, também por força de não ter estrutura linear, de cativar o leitor e fazê-lo sentir-se preso até que chegue à última página.
         Já na capa da 56ª edição, Laços Eternos mostra-se sedutor e misterioso, com uma tela mediúnica, do pintor e escultor italiano Modigliani (1884-1920), supostamente psicopictoriografada pelo médium Luis Antônio Gasparetto, filho da autora.
         De conteúdo bastante esclarecedor, comovente e bem direcionado, o romance, ainda que seja espiritualista, certamente agradaria a qualquer leitor não-kardecista porque não é simplesmente doutrinatório, mas trata-se, como bem define seu subtítulo, de “uma história de amor, ciúme e redenção”.
         A necessidade de redenção para os erros cometidos em outras vidas é o que move cada um dos personagens e os faz encontrarem-se em três momentos de existência diferentes para libertarem-se de suas culpas e serem recompensados com “A volta à pátria espiritual”: Gustavo e Margueritte, amantes em seu segundo encontro, ressurgem como mãe e filho para tornarem puro o sentimento imoral que tiveram um pelo outro. A Condessa Margueritte e seu esposo, Conde de Ancour, voltam mais uma vez como marido e mulher para terem a chance de consertar os erros da união passada, especialmente para que ela corrija as práticas de infidelidade. Gustavo, Lívia e Geneviève retornam como irmãos para desfazerem as mágoas e remorsos causados pela traição de Gustavo à esposa Lívia (o que provocara sua morte por desgosto) e por seu posterior matrimônio com Geneviève, que gerava imensas perturbações ao espírito de Lívia.
         Com um final feliz pouco comum - vindo da morte física -, em que o “para sempre” se realiza num plano superior, o romance de Zíbia Gasparetto constitui-se na mais cuidadosa maneira de tratar das questões espirituais, sem causar grandes choques e estranhamentos ao leitor não-espírita como ocorreu, por exemplo, com Violetas na janela, de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, de autoria atribuída ao espírito Patrícia, sua sobrinha. Na obra, a falta de um narrador externo à narrativa obriga o leitor a tomar por verdadeiras, concretas e reais as descrições de Patrícia.
         Zíbia merece profundos elogios porque conseguiu a simpatia dos mais incrédulos à sua literatura, pelo fato de tomar a atitude cautelosa de manter vivo o princípio do livre-arbítrio: utilizou-se de um tom mais ficcional, promovido pelo narrador-observador, que nos permite acreditar no dito apenas se quisermos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A hora da saudade...

Se existe algo que eu faço com prazer hoje, este algo se chama TRABALHAR.
No meu trabalho, mexo com gente, cuido de gente e EDUCO.
Vim aqui, apressadamente, apenas para repetir algo que disse aos meus alunos:
"Só sentimos falta dos que amamos!"
Amo meus alunos e vou morrer de saudades de cada um deles...
Ouço chorando qualquer canção sem cor, dou risada do nada quando lembro... E me aborreço quando recordo os gritos que dei e pontos que tirei!
A minha única certeza, e a única coisa que não queria deixar cair no esquecimento era todo o meu sentimento muito nobre, toda a nobreza interna que eu aprendi com eles que existia em mim...

Quero deixar um beijo, mil beijos, o coração, toda a alma nas mãos de cada um, como prova real do meu...
Infinito.

domingo, 28 de agosto de 2011

Engraçada, a minha vida...

Hoje, depois de tantos meses, vim pra falar de uns pedaços só meus que ninguém compreenderia sem minha ajuda.
Quase cinco meses após o último post, me sinto alguém extremamente diferente, me sinto alguém! Conquistei um lugar no mundo, sou importante pra várias pessoas, tenho um trabalho e descobri que toda essa coisa de "dignifica o homem" é pura ilusão.
Pelo menos na minha profissão, na imensa maioria das vezes, o trabalho leva à exaustão e arranca as roupas de qualquer verdade bem coberta.
E apesar do stress que eu trago pra casa na mochila, sempre pesadíssima, recebo recompensas muito maiores que o dinheirinho no dia certo: CARINHO!
Meus alunos são muito carinhosos: Já ganhei desenho com coração, livrinho infantil, florzinha de papel, elogios e muitos beijinhos.
Sempre tem um ou outro pestinha, mas me enxergo um tanto mãe de cada um, embora em algumas turmas tenha gente até mais velha que eu.
Na semana passada, um dos meus pequenos apareceu com febre... Eu juro que fiquei apavorada igualzinho a mãe de primeira viagem! E me senti quase uma "Mulher-Maravilha às avessas" - e isto nada tem a ver com aquela swingueira pobre, viu? - levando o meu pequenino pela mão para sentar mais pertinho de mim na sala de aula, conforme as ordens que me foram dadas.
Tem coisas na escola que eu detesto tanto quanto os meus alunos, mas tenho mesmo é que ser boa atriz e repreendê-los quando se faz "necessário".
O mal de todas as famílias é imaginar que o professor pode suprir, em quatro horas de trabalho, as necessidades da educação que o aluno não recebe nas vinte horas restantes do dia. Sabemos que dezenas dos nossos alunos - assim como minha irmã - carecem da presença mais efetiva de seus pais. Mas o que fazer se estes - assim como minha mãe - em muitos casos não são irresponsáveis, apenas trabalhando por aí para bancar o "colégio pago" das crianças?
Apesar do esforço grande, dos passos maiores que minhas pernas e da tristeza por não poder melhorar a vida de muitos pequenos merecedores - porque mal posso melhorar a minha -, sou muito feliz por alunos como João, Dayanara, Vitória, Luana, Ramon, Juliana, Marlon, Luana, Karen, Douglas, Gabriel Julio e um de nome difícil que eu não sei como escreve, mas que trabalha e estuda (é tão guerreiro quanto eu).
Eu sou feliz porque hoje conheço uma face nova da vida, recebi um par de olhos que me permite ver a vida como realmente é sem sofrer por isso.
Minha carência, minha doçura e a solidão particular continuam comigo. Minhas histórias inacabadas esperando um final feliz, nesta ou na próxima vida, permanecem dentro de mim. Meus anjos gordos continuam sobrevoando meu teto... E as crenças mescladas fazem de meu culto um prazer peculiar e egoísta.
O amanhã, antes um objeto de temor, agora tem um sabor cada vez maior...
Porque amanhã estarei mais perto das coisas que ainda virão. As boas, as ruins, as neutras e todo o resto me serão um estímulo para envelhecer crescendo, dando a mão a quem precisar, dando pisão a quem quiser e recebendo tudo, separando o que presta pra guardar e jogando fora as verdades que não combinam comigo.

"Se é pra sofrer, prefiro não saber..."

Luciene Amaral - 11h13min -28/Ago/2011

sábado, 9 de abril de 2011

Outra vez



Ter-te reencontrado trouxe a certeza de que a incerteza ainda é caminho meu.
Ter visto teu sorriso fora dos meus sonhos tolos, dentro de uma realidade tão próxima, entre metros tão curtos, foi para mim o resgate do futuro mais desejado.
Um aceno substituindo um beijo...
Como se agora fôssemos corpos estranhos!
Mas entendo: o pior sentimento é o que não foi vivido.

"Você foi, dos amores que eu tive, o mais complicado e o mais simples pra mim..."

sábado, 2 de abril de 2011

E o tempo passou... ♪

Los hombres de Paco

Cheguei à conclusão de que eu poderia ter vivido incríveis histórias de amor...
Mas não vivi.
Eu poderia ter, hoje, outras companhias, outros braços, outros homens...
Mas não tenho.
Poderosos, fortes, fracos, mais bonitos por dentro, ou por fora mesmo...
Poderia ter caído em outras tentações, poderia ter me traído um pouco mais, me arriscado um tanto mais...
E não o fiz.
Perder o controle, passar da conta, viver de amor...
Eu poderia ter sido de alguém, mas fui de todo mundo, num passado bastante recente.
E quando eu escolhi, de fato, pertencer a um único alguém, parece que me condenei a ser livre...
Meu coração e eu nunca entramos em sintonia...
E isso tudo, incrivelmente, não me aflige!
Eu quero ser feliz, todos sabem...
Fácil, falar em felicidade quando somos jovens, quando temos vigor para fazer planos...
Mas eu, que sofro do pior envelhecimento (o interno), sei que minha alma atravessa invernos eternos,
E tanto frio, no entanto, nunca permitiu que meu corpo congelasse:
Sou infeliz por enxergar o tempo correndo e não ter feito nem sentido o que eu desejava na primavera.
Ao mesmo tempo, porém, sinto que no fim deste túnel piégas haverá um reencontro mágico, místico, grego!
Quero desfrutar dos amores que a juventude do meu corpo permitir...

Luciene Amaral 14h51min 2 Abr 2011

P.S. A todas as pessoas que eu queria ter vivido. ("que", não "com quem")