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sábado, 12 de junho de 2010

ANÁLISE DE DENTRO PRA FORA

Não posso deixar de dizer: a INCONSTÂNCIA é o que tem definido meus mais recentes momentos. Não há sequer um mês de distância entre a última vez em que me senti plenamente feliz e esta vez, em que preciso desabafar o quanto a vida tem parecido um fardo a cada dia mais insuportável. Meu sonho maior deixou de ser modesto, conformado, pequeno: QUEREMOS nada menos que o mundo inteiro. QUEREMOS, sim... Não quero mais nada sozinha. Se uma das coisas que mais me afligiam era a solidão, perdi um motivo para reclamar da vida. Descobri a fórmula da felicidade social contra a qual sempre relutava inconscientemente, por influência da sociedade macrométrica. MACROMÉTRICA, sim: descobri uma micro-sociedade onde quase tudo, senão tudo, gira em torno de princípios diferentes dos convencionais. Por isso, muito prazer: Somos os COMUNISTAS no Brasil! Tenho me sentido útil, respeitada, acolhida e apoiada: hoje posso dizer que existem pessoas incentivando o meu vôo, há muito, tão desejado. Finalmente encontrei gente sem o menor interesse em cortar as minhas asas tão ansiosas pela liberdade. O conceito de liberdade, sob minha ótica, espalha-se pelo terreno da consciência política. Ser livre, entre outras coisas, significa também poder expor e exercer meu ponto de vista político de forma ativa e extremamente conseqüente. Não me interessa perder os grilhões que tanto têm me atormentado para a execução de atos inúteis, incoerentes e/ou fúteis, mas é neste ponto que mais tenho sido incompreendida, principalmente no âmbito familiar. Logicamente, compreendo com clareza o choque representado por minha nova postura, afinal, passei quase dezessete anos vivendo sempre do mesmo modo e ouvindo apenas uma das versões da mesma história. Ouvir e entender a importância do outro lado dos fatos, vez por outra, me levou a consolidar a certeza de que todos nós estamos sujeitos ao erro e, por sermos todos falhos, não podemos exercer poder opressor sobre alguém com a alegação, bastante freqüente na conjuntura social vigente, de que a posição superior na “Cadeia Familiar” pressupõe total submissão dos ocupantes de posições inferiores. A sociedade vigente no país, a capitalista, prevê e assegura o exercício do verticalismo entre pais e filhos, o que configura um grave e gigantesco problema. A partir da relação vertical, filhos calam-se, trancam-se dentro de si mesmos cheios de dúvidas que jamais exporão, cheios de ressentimentos contra a ordem que desagrada, mas deverá cumprir-se sem a mínima interferência de quem a concretiza nos degraus mais baixos desta escada ridícula. Os pais, por sua vez, tão obstinados a criticar meu célebre e “Fidel” Castro, ensinados, como papagaios, a repetir a ladainha da mídia burguesa, jogam no papel dos ditadores, veja só! Choque? Pobre Fidel tão apedrejado pelos pais capitalistas, por ter tornado real em Cuba a educação e a saúde perfeitas que não passam de sonho nas sociedades movidas por sujas moedas, enquanto estes seguem ludibriados, pressionados por todos os lados a desfrutar de uma existência em condições ínfimas, sem nem perceberem. NÓS brigamos contra a influência de um sistema inteiro na vida das pessoas, somos donos de uma tarefa árdua, mas que desempenhamos com todo o prazer do mundo. Temos a mais plena e inabalável das certezas de que, cedo ou tarde, alcançaremos o nosso objetivo final. Mas, falando só por mim, venho enfrentando a fase mais conturbada da batalha que eu mesma criei, que ironia... Meus conceitos mudaram, meu modo de vida e meu comportamento se transformaram bastante e o meu senso político tem sido constantemente estimulado. Tudo isto tem sido refletido e percebido externamente, e, consequentemente, tem provocado o receio e um excesso de preocupação dos familiares. Descobri que consigo “me virar” sozinha em mais situações do que eu julgava ser capaz. Consigo comer, tomar banho, remédio, dormir, trocar de roupa de pé em banheiro encharcado, descer e subir escadarias sem precisar de corrimão e andar, mas andar muito mesmo, sem bancar a quase morta no fim do dia e sem contar com o dinheiro da mãe... O fato é que preciso de menos proteção hoje do que precisava antes de aprender que o mundo e a vida funcionam bem melhor quando somos socialistas! Deixei de me comprometer comigo mesma e com a minha família para buscar o bem da humanidade inteira e NÃO sinto muito em dizer que faço isso por livre e espontânea vontade. Mas toda revolução pessoal tem seus custos: minha família e eu estamos praticamente falando idiomas distintos, os amigos mais antigos foram sumindo e falta o amor... Nunca tive um modelo fixo de homens que me atraem, mas o homem comunista, em geral, é sempre um forte candidato! [EU-RI-ALTO] Entre os capitalistas, um ou outro olha pra mim e parece sempre estar pensando: “Prefiro uma com mais peito e mais bunda”. Entre os socialistas, porém, o consolo só é maior porque a minha consciência e os meus ideais são levados em conta: eles parecem pensar: “A companheira é de luta, mas... Falta alguma coisa!” [ACABEI RINDO OUTRA VEZ]. Em resumo, tenho nadado muito e morrido sempre sozinha no fim do conto... Às vezes me vejo muito isolada... Me olho no espelho e pergunto-me: “Quando não tem família, os camaradas suprem; quando não tem comida, os camaradas suprem... Mas e quando não tem amor?”. Sinto um pouco de medo de ser tão incompreendida pelos homens quanto sou pela minha mãe... Imagine! Desse jeito, acabo morrendo seca, como bem diziam os textos de Glória Perez no ano de 2001. [Eu-RI-1000x+ALTO] Ainda assim, meu maior medo é o de ser covarde a ponto de trair minhas próprias convicções. E, quanto a isso, tenho me mantido segura: Solidão, vazio, incompreensão, pressão... Ainda que me façam estagnar minha militância em eventuais recuos estratégicos, nem tão cedo me farão desistir! LUCIENE AMARAL 22h24min – 9 jun. 10 P.S. O militar lhe faz o que é ordenado pelo Estado capitalista: ordens convenientes apenas ao próprio Estado. O militante, além de não reconhecer o sistema sujo da exploração ao trabalhador, que explora inclusive o militar, pensa e faz o que é devidamente conveniente a todos.

2 comentários:

  1. entrei no seu blog pra mataR a sdd que sinto de vc amiga-irmã bjs fika com DEUS'

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  2. Cheia de saudades de você, princesa-irmã!
    Apareça, viu?
    Que Deus esteja com você...
    EuAmoMuito♥

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