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domingo, 27 de junho de 2010

SEM MEDIDA

(Homenagem indireta) [Mainha, pra ti!**] Acredito que o verdadeiro e bom amor é o que não se alimenta de ilusões, é o que sente prazer no que é palpável em suas abstrações. Realmente interessante não é apenas prevalecer-se das qualidades do outro, mas respeitar seus defeitos prevalecendo-se de suas qualidades. A adolescência, enquanto fase de descobertas, tem se mostrado um período muito rico em felicidades enormes vindas de pequenos detalhes: A maneira como decidi conduzi-la tem-me feito crescer como pessoa humana e mulher. Minha visão de mundo modificou-se profundamente e, com ela, caminhou pela trilha das transformações, também, minha visão de amor. Descobri que, muito além da paixão, do desejo e das sensações de prazer do ponto de vista erótico, existe uma forma muito mais profunda de expressar amor, uma que exige um nível muitas vezes superior de entrega. Entre todos nós, humanos e pré-dispostos ao amor, há um ou outro que se dá à entrega exigida sem maiores problemas, mesmo sob o risco de um possível e MAIS-QUE-PROVÁVEL sofrimento futuro. Faço parte deste seleto grupo... Às vezes, já que somos seres falhos e extremamente suscetíveis à fraqueza, me dou o trabalho de questionar a mim mesma sobre a necessidade de dispensar toneladas e mais toneladas de dedicação a alguém que, na maior parcela das vezes, sequer nota quanto esforço foi feito. Nunca há resposta plausível! Certo... Não ter vergonha de amar é algo que se compreende e não se aplaude porque não representa motivos para surpresa, mas, quando dar sangue e lágrima faz parte do pacote, tudo se torna mais difícil... O amor com o qual todos nós sonhamos é gratuito! Perfeito mesmo é o sentimento que nasce nos dois de forma simultânea. Tudo o que se desvia de tal certeza provoca o sofrimento intenso de uma das partes e, às vezes, compaixão da outra. Como queríamos todos os membros do grupo dos extremamente entregues que o dó pudesse ser convertido em amor... Cuidar do outro constitui a maneira mais próxima de contato que podemos alcançar. Por isso, não por outra coisa, tantas pessoas já ouviram o cansativo “sermão de amigo” que sempre constata a mesma realidade: Esquecemo-nos em prol de quem amamos. Pôr a si próprio em segundo plano NÃO É BACANA. Mas, sempre havendo uma exceção à regra, me dou o direito e o luxo de SER a exceção. O homem que amo merece o meu e todo o amor do mundo, acreditem! Apesar de ser visto pela maioria das pessoas como um ser grosseiro, insensível, enxergo sim a presença de um coração puro em seu interior. Seus olhos me conclamam o tempo inteiro! Mas meu idioma é diferente... Eis o problema: Somos parte do mesmo jogo em estágios distintos. Nossas formas de carinho a serem trocadas caminham em sentidos opostos: Minhas mãos tocam-no com amor, as dele tocam-me com solidariedade. Solidariedade significa fazer o bem sem olhar a quem, Amor significa sentir-se bem a partir do bem-estar do outro. É devastadoramente triste perceber-se acolhida por conta, apenas, de simples códigos de conduta, enquanto damos sangue, lágrima, vida... Para conquistar o direito de apenas CUIDAR de quem tanto desejamos, ardorosamente, AMAR. “Não é saudável amar assim, mas foi assim que aprendi...”. LUCIENE AMARAL – 1 jun. 10 – 23h49min.

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