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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

BALANÇO POSITIVO

Vida acadêmica deliciosa, vida sentimental incerta e vida familiar praticamente inexistente.
A Universidade tem sido, de fato, como uma segunda casa, onde encontrei um punhado de gente pra amar, entre os quais há alguns que me dão a certeza de seu amor por mim também.
O meu coração, esta caixinha de surpresas, faz questão de não descansar: Não quero perder o gosto pelo amor pra dois por causa de meia dúzia de tentativas que deram errado.
Aprendi o melhor dos truques de que conheço a existência: caio e sei me dar a mão pra levantar. Não preciso chorar nos ombros de ninguém nem pôr minhas mágoas no jornal.
Minhas recuperações têm sido muitas, curtas e eficazes... Artificiais ou não, têm funcionado, sem dúvida alguma.
A explicação pra tudo isso é simples: não se deve chorar pelos mortos, mas sorrir para os vivos!
Dá-se jeito às criaturas vivas e amadas, porque o amor nos faz lutar por suas curas.
Aos mortos que não amaram em vida, restará a escuridão do túmulo e o frio da terra.
Enquanto os que matei comem grama pela raíz, caminho sobre o jardim saboreando cada fruto como sendo o último.
A única novidade é a de que acho, pela centésima vez, que encontrei meu fruto proibido e perfeito: não desisto de acreditar que este será o último sabor a tocar-me o paladar...
Casamento, família, filhos, netos... Sinto que este prazer não foi feito pra todo mundo.
Se Deus assim me permitir, quero chegar ao posto de bisavó, pelo menos! Construir uma família grande e feliz sempre foi uma parte dos meus sonhos desde muito cedo.
Tenho uma mãe que me inspirou por uma família inteira! Sou consciente de que, se houvesse me espelhado nas outras pessoas que dormem e acordam comigo como referência, já teria desistido de sonhar muitos anos antes das frases que escrevo agora.
O amor não deve significar os óculos escuros que amenizam a claridade dos defeitos do outro nem, muito menos, uma venda que os esconda completamente.
É preciso lidar com as feridas morais das pessoas que amamos para fazê-las o bem, somente. A verdade dos fatos, quando dolorida, ainda assim deve ser encarada como o caminho correto a seguir, pois "a verdade que fere supera a mentira que consola".
Somos um clã que vive do consolo há, já, quase quarenta anos. Veio o casamento, a família, os filhos, os netos... Mas estes, ao invés de continuarem mascarando a realidade como se esperava, trouxeram, cada um, a sua parcela da verdade como veio ao mundo: nua e pura.
A falta de amor era suprida por sorrisos em fotografias alcoolizadas.
A falta de solidariedade era suprida por esmolas pouco sinceras...
Até o dia em que todas as máscaras resolveram desabar das faces despreparadas.
Tarde demais!
Hoje sei que quando eu quiser falar em amor pra 9 (agora meu padrasto está de volta! \°/) preciso pensar em mamãe, padrasto, titio, titia e cinco bichos de estimação pra fechar a conta.
Luciene Amaral - 02h44min 6 Set. 10

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