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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FINAL FELIZ

Hoje eu planejava falar sobre um assunto muito interessante levantado ontem à noite, na aula de Literatura, claro!
Mas... Não há nada tão interessante para superar a felicidade de um reencontro.
Para celebrar a misericórdia do Deus no qual eu acredito, grande o suficiente para preservar a vida de uma criança e trazer uma nova esperança a todos nós, que assistimos tantas tragédias de mãos atadas, deixo aqui minha homenagem e emoção, as lágrimas que deixei cair durante um vídeo com o primeiro abraço entre pai e filho depois de 53 dias de saudade...



Acho que tudo o que ele quer e merece é a paz de voltar a ser, assim como aparece na foto aqui abaixo, uma criança qualquer, que desenha, joga futebol no chão batido e anda de bicicleta, sem reconhecimento, sem holofotes, sem história pública...

Lucas Kauan, rubro-negro como eu, que este mesmo Deus continue te protegendo e abençoando tua família.
Que este mesmo Deus não desgrude os olhos de você e das outras crianças do Coque.
Que este mesmo Deus cuide da minha irmã de onze anos, porque poderia ter sido ela no seu lugar...
Senhor, te agradeço demais pela vida desse menino!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A vaguidão específica

- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.

- Junto com as outras?
- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
- Sim, senhora. Olha, o homem está aí.
- Aquele de quando choveu?
- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
- Que é que você disse a ele?
- Eu disse pra ele continuar.
- Ele já começou?
- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.
- É bom?
- Mais ou menos. O outro parecia mais capaz.
- Você trouxe tudo pra cima?
- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou pra deixar até a véspera.
- Mas traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.
- Está bem, vou ver como...

(Millor Fernandes in "30 anos de mim mesmo")

Esse texto falou muito forte em mim quando o conheci... Havia passado por algo muito marcante, horas antes. Só nós dois sabíamos sobre o que falávamos:

- Ainda...
- É... Ainda?
- [O silêncio falou por ele, e o arrepio que me trouxe, trouxe de volta toda aquela vida que sonhamos viver mas trancamos dentro dos nossos corações, tão moralistas na época.]

P.S. Obrigada, querido... Pelo seu cheiro doce de passado, de um dos poucos pedaços do passado que eu teria mudado se pudesse. Mesmo assim, não dói saber que não fizemos diferente. Seu cheiro de passado pode, ainda, ser transformado numa alegria presente e numa vida futura. 

sábado, 16 de outubro de 2010

Pra Fábio Andrade

A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA
Preciso falar dessa felicidade que eu sinto sempre que volto pra casa depois de uma boa aula de Literatura.
Já falei delas aqui em textos anteriores... Mas nunca com exclusividade, como acontecerá agora.
Posso dizer que tive, desde sempre, ótimos professores de Literatura que me apaixonaram e foram determinantes para a minha escolha de curso na UFRPE.
O amor que via nos olhos desses professores que tive me tocava...
E um dia eu acordei percebendo que queria provocar esse mesmo amor em outras pessoas. Então decidi me tornar professora também...
Decisão pesada: é uma profissão extremamente desgastante e mal remunerada.
Só o amor, só a paixão que sentirmos pela nossa atividade e pela importância do nosso papel, poderá fazer com que não desistamos de tudo nos primeiros obstáculos.
Eu tinha outros motivos pra não jogar tudo pro alto antes de entrar na Universidade: O meu orgulho, a minha alegria, o meu bolso, a vontade de mudar o mundo, a minha mãe...
No entanto, hoje eu sinto que ganhei uma razão a mais pra ser feliz nesse caminho que escolhi: A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA.
Ver os olhos de Fábio brilhando enquanto ele fala... Me faz sonhar com o dia em que o mesmo brilho vai partir dos MEUS olhos.
E tudo o que eu puder fazer pra aproveitar o tempo destes relógios antes que eles derretam, desintegrem, percam a essência, farei.
Tudo o que eu puder absorver, toda a luz que eu puder captar daqueles olhos tão apaixonados pelo que conhecem e pelo que ainda buscam conhecer, sei que fará de mim não só a boa professora, mas a mulher apaixonada por outros livros que não sejam os da anatomia e emoção humana.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ME AGUARDE

Hoje eu vou dormir mais amada, mais amante, mais feliz
Hoje eu vou dormir mais querida, mais famosa, mais gostosa, fora de mim...
Agora e só agora acredito em nós dois:
Nos sinto envelhecendo, esfriando o sexo, casando os filhos, criando raízes.
Hoje eu vou dormir e posso descansar em paz
Porque sei que esse sorriso novo é só você quem traz
E mesmo que os quilômetros nos separem no presente, minha verossimilhança de um futuro nosso hoje existe com o papel de tornar doce a espera que seria tão amarga.
Vou iluminar meu travesseiro com a luz dessa esperança que o coração perdeu o medo de alimentar
E já penso no discurso "Birds and Bees" que nossa Hinata Layz ouvirá.
Fecho os olhos, a partir desta noite, com a certeza de que deixamos de ser um par absurdo...
Talvez, hoje, sim.... Sejamos imperfeitos e desencontrados,
Mas ganhei o presente de saber que posso esperar.
Posso esperar pela nossa história, pela nossa cama, pelas nossas contas e por outras mil coisas que o tempo, eu sei, ainda trará...

Luciene Amaral 00h03min 15 out 10

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Sajo

Vão os amores, ficam os poemas...
Por mais que tenhamos sido displicentes
Amando e desamando irresponsáveis
Com entrega total e curta duração
Se fomos ingênuos o bastante
Para preencher folhas dissertando sobre a paixão sentida
Sabemos hoje que nos condenamos:
As paixões apagam-se do corpo
Mas nos cadernos de nossas almas 
Tudo permanece intacto
Os versos se consolidam como a canção marca o momento 
E a fotografia congela o instante
E ainda que amarelem, ainda que rasguem, desintegrem
Ficam debaixo da pele, debaixo da mente, no fundo da caixa
Posto que vai o sentimento
Mas fica o coração...


Luciene Amaral 12 out 10 02h17min.


P.S. Pro meu amigo de pouco tempo, mas muita alegria, Joás Vicente.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O PAPEL DA MULHER NA LUTA REVOLUCIONÁRIA

Acima de tudo, numa sociedade verdadeiramente socialista, a atividade e a força da frente feminina jamais é estigmatizada.
Dentro da conjuntura sócio-econômica vigente, sabemos o quanto a mulher ainda é vítima de preconceitos e descasos, tanto no plano público-social quanto no plano familiar.
Como pessoas que assumiram a tarefa de transformar o mundo a partir das bases e diretrizes do Marxismo-Leninismo, devemos ser profundos e convictos defensores da igualdade, principalmente moral, entre os sexos.

OLGA BENÁRIO
 O movimento feminino no âmbito revolucionário é de extrema e fundamental importância para a construção de uma nova sociedade porque a mulher ideologicamente firme é digna, corajosa e plenamente capaz de desenvolver-se em prol do coletivo, do bem comum.
Tendo consciência de sua função grandiosa, a mulher se libertará da visão estreita pequeno-burguesa de que sua vida deve ser resumida ao contexto doméstico ou a cenários profissionais inferiores à sua real capacidade, até porque nós bem sabemos que, apesar de a mídia burguesa propagandear aos quatro ventos a existência da liberdade e de chances iguais de luta pela felicidade para todos, "A velha supremacia do homem sobrevive em segredo" (Lênin).
Mas "Sem a participação da mulher não há revolução". (Lênin)

Luciene Amaral - Matéria produzida para o jornal AVerdade.
P.S. Fica minha homenagem e admiração... Olga Benário, você era demais!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A solução é a arte?

Quem me conhece, conhece também o meu carinho pela Vanessa da Mata.
Tem a cara do Brasil e é perdidamente inteligente!
Digo isto porque temos vivido numa sociedade machista de longa data, que no passado valorizava às cortesãs - um retrato elegante e culto, mas um primeiro modelo de prostituição -, e hoje aplaude as "Mulheres-fruta" (Mulher Melancia, Mamão, Jaca...).
Estas são mulheres que têm representado um país vulgar, promíscuo, acéfalo. São mulheres que vendem a imagem da brasileira ao mundo inteiro como a "mulher bonita e fácil".
É necessário ter sabedoria e consciência para falar às massas.
A missão do verdadeiro artista no Brasil, o grande desafio, é fazer de seu palco uma sala de aula de política e sensibilização.
O coração e os olhos humanos têm fugido de sua responsabilidade...
E é de inteira responsabilidade das pessoas mais humildes, maioria no país, o cuidado para consigo mesmas: Andamos abandonados debaixo das telhas da corrupção e fomos condicionados a não reclamar os nossos direitos mediante a vantagem do não-cumprimento de nossos duros deveres. Mas, na realidade, tal vantagem inexiste!
Não só a Vanessa, mas outros grandes artistas brasileiros têm feito de suas vidas, obras e vozes instrumentos de passagem de conhecimento e conscientização.
Enquanto isso, os profissionais das mais diversas áreas estão condenados pelo sistema vigente a obedecer o que lhes é imposto.
Entre estes profissionais, infelizmente, está o professor. Mas, como futura educadora, tenho pensado, sempre pensei em ser diferente. Trabalhar no setor da Educação, em nosso país, pede muito mais amor que qualquer outra coisa.
Somos remunerados de maneira muito precária, levando-se em consideração o peso funcional e a responsabilidade que carregamos: Quase sempre somos os formadores da sociedade aprisionados pela sociedade. Criamos e mantemos os monstros que nos destroem aos poucos todos os dias.
É muito fácil perceber o quanto a atuação do professor é regulada, limitada, mecânica. Quase sempre é o cara que entra na sala, escreve muito, fala muito e vai embora.
Muitas pessoas estão interessadas em modificar esta realidade, já há muito tempo. Mas, até que muito mais tempo passe e se prove o contrário, o único ser puramente livre e capaz de trabalhar o pensamento da população comum é o artista.
A grande prova disso está nas imagens colocadas aqui: "A" Vanessa e "UM" professor. Ficou claro?
Então deve, também, ter ficado clara a razão da minha crítica à cultura inútil de forma geral. Precisamos parar de aceitar embalagens sem conteúdo. Mas este é só o primeiro passo!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

NÃO DIGO QUE NÃO ME SURPREENDI

É curioso como alguns acontecimentos simples podem ser otimizados quando amamos...
Ontem à tarde percebi que tinha um e-mail novo para ler e li.
Comecei bem empolgada. O título havia prendido minha atenção: "Chico Xavier".
O e-mail contava a história de pessoas que haviam feito determinada prece e, ao final do pedido, ouviam o telefone tocando. Depois de passados os minutos correspondentes à idade da pessoa, o desejo era realizado.
Geralmente, não acredito nessas coisas...
Mas, entendam:
"ELE" simplesmente sumiu desde a "manhã" da última sexta-feira. Não me atendia, não me telefonava, nem enviava sinal de fumaça.
Eu já estava no fim da tarde do domingo (impaciente, triste, agoniada...), não tinha mais o que perder e não via meios de a situação ficar pior. Daí, decidi ler e fazer tudo direitinho do que estava na mensagem, enviada por minha madrinha Laura, inclusive.
Eram 17h em ponto quando comecei. Terminada a leitura, veio a primeira surpresa: Meu celular tocando!
Atendi assustada... Era Priscila, uma das minhas melhores amigas. Ligação encerrada, ouço a porta do quarto abrindo: tia Fabiana aparece, sorri e me dá um beijinho, como sempre.
Quase que involuntariamente, como que por instinto, pergunto:
- Tem gente de fora lá embaixo? (o quarto do computador fica no 1º andar da casa)
Minha tia respondeu e eu olhei o relógio que, digital, marcava exatas 17h17min (TENHO 17 ANOS!!).
Titia virando as costas e fechando a porta enquanto eu senti um arrepio estranho e o meu coração correndo... Mal consegui segurar o mouse sentindo a mão tremer (isso é sério, eu juro! :$).
Respiro fundo e conto até três num sofrimento absurdo e enorme (olhei pra mim e lembrei que estava decididamente inapresentável) .
Me arrumei em cinco minutos, ontem, como não me arrumava em quarenta na minha vida inteira.
Engraçado... Justo eu que sempre detestei e-mail do tipo "corrente" prometendo realizar desejos... Se eu já não estou acreditando no que houve ontem comigo, posso dizer que foi a coincidência mais conveniente que já me aconteceu.
E um sorriso, bastou um sorriso me provando que estava tudo bem para que eu esquecesse a agonia, a impaciência, a preocupação... Tudo o que passou esses dias pesando toneladas sobre as minhas costas.
O sorriso de desenho japonês e uma explicação que eu, talvez, nem merecia ouvir... Foram um presente!
Mas "como todas as festas acabam", a minha festa ia-se quase sem um "Adeus". Percebi a tempo de reclamar como pude:
- Ei!
E os meus olhos fizeram uma última visita aos seus...
Eu tentava implorar muda para que ele se cuidasse ao mesmo tempo em que gritava pra dentro que era amor.
A apreensão nos meus olhos era clara até para uma criança... Será que também era evidente para ele?
E, num minuto, as janelas, rodas, retrovisores... E tudo o que carregavam estava de partida, foi sumindo das vistas até que só me restasse fechar a porta e recordar.
E o meu rádio, sempre ligado ao som das vespas e pronto para o ataque, resolveu pedir paciência no mesmo tom apaixonante e abobalhado que só ele usa: "Mas você pode ter certeza de que o seu telefone irá tocar... ♪"
As lágrimas, que ameaçaram cair de angústia, ficaram presas dentro de mim até serem transformadas no produto de uma felicidade inexplicável, até que pudessem cair rosto abaixo em paz.
"Ergui normalmente e sorri de felicidade..."
"Se você não reclamou ainda, pra mim tá tudo certo..."
"Porque eu já tive homens mais novos e mais velhos que você... Mas é que, com você, TUDO é diferente!"
Se viver é a arte superar obstáculos, amar é sentir prazer em criar obstáculos para vencê-los ao lado de alguém com quem se divide a vida...
Luciene Amaral 01h26min 4 Out 10

sábado, 2 de outubro de 2010

É, EU falo tudo!

Te espero sem dizer que espero
Porque é doloroso demais
E minha esperança está em viver
Vivo à espera de você
Mas, sem pôr pra fora a solidão,
Meu corpo te espera vivendo
Enquanto, sofrendo, te aguarda meu coração.
Meus olhos te acompanham,
Posto que meus beijos não te ganham
Enquanto não é certa a hora
Teu poder não me explora:
Ele me abraça!
Meu amor não me escraviza:
Ele me alimenta!
Porque, quando não se beija,
Quando não se abraça,
Quando não se ganha,
Só o amor nos sustenta...
LUCIENE AMARAL - 00h43min 30/Set/10