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terça-feira, 13 de julho de 2010

FRUTO PROIBIDO

Me identifico com todas as classes de amor. Aprendi, descobri o modo perfeito para adaptar-me a cada emoção. Sei receber o amor dos sábios e dos leigos, Dos filósofos e matemáticos, Cientistas e beatos... Pra quê se importar com as letras e os números, Se o que realmente interessa e marca é o sentimento, que nasce sozinho ou é forçosamente plantado? Também, ao distribuir carícias pelos corpos, Sei acertar as sétimas letras de pobres e ricos, Saciados e famintos, loucos e sãos... Aprendi a caminhar além-mar, Desato, um oceano, a chorar se erro o dialeto, Já que ao amor nada há de fixo, concreto. Passo bem pelo ardor dos infames e pela inocência dos incultos, Gosto dos brutos tanto quanto dos lapidados... Tudo é belo se há amor, de fato. Mesmo os piores monstros tornam-se doces, Mesmo o pior caráter torna-se exemplo a ser seguido. Quando amamos um erro, os corrigidos parecem injustiçados Quando amamos um acerto, os infames parecem ainda mais mergulhados em sua lama. Mas aos normais nada disso importa, Porque, cheios de encanto, descremos da realidade E a realidade é o fruto proibido no Éden de quem ama, E os realistas, tão normais e céticos, jamais sofreram, mas nunca foram felizes experimentando da felicidade em seu máximo grau. LUCIENE AMARAL 13 JUL. 10 - 15h03Min

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